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22/09/2009

COP15 – Copenhague – O que você pode e deve fazer?

Enquanto se espera pelos noticiários resumidos e nem sempre esclarecedores da TV ou mesmo pelos Jornais - acerca da evolução ou da "involução" das discussões da COP15, em Copenhague, várias atitudes cotidianas podem ser tomadas pelos habitantes deste planeta. Observe se você se enquadra em alguma dessas situações, nada especiais: # Qual o estado de conservação de seu automóvel? A manutenção está em dia? As próprias montadoras instaladas no Brasil não oferecem informações acerca da emissão de gases poluentes, incluindo o CO2 e também o Governo nada exige a respeito, com rigor (ver reportagem "A sete chaves", da Revista do IDEC n.º 136, setembro de 2009 - www.idec.org.br).

# Quantos aparelhos estão ligados no "stand by" na sua casa? O microondas está ligado somente para você ver as horas ou para esquentar uma xícara de leite todas as manhãs? # Quantos litros de água você utiliza para “lavar” um copo que foi usado por você mesmo para tomar água potável? E no chuveiro? # Quantas folhas de papel você ou a loja utiliza (para a sua admiração e completa felicidade) embrulhando aquele presente especial que está numa caixa pequena dentro de outra maior e todo o pacote transportado através de uma sacola maior ainda? # Será que você apreciaria comprar um tubo de pasta dental que não estivesse acondicionado numa caixinha de papelão? E o sabonete, envolto por fino papel, dentro de outra caixa, se fosse vendido "in natura"? # Frutas e legumes cultivados naturalmente e sem agrotóxicos, portanto com aparência menos “industrializada”, por que não são apreciados - aos olhos do consumidor brasileiro? # Por que as Prefeituras do país não têm política definida sobre a coleta seletiva e de disposição de resíduos e você nunca fez nada por isso e, ainda por cima, vota em candidato a prefeito que ignora o tema? # Por que você joga o seu lixo comum – reciclável – tóxico – no mesmo "saco plástico", todos os dias, sem nenhum problema de consciência em relação à sua responsabilidade social, coletiva e global? # Praticamente nenhuma Prefeitura ao longo da extensão do Rio Tietê, no Estado de São Paulo, faz tratamento de esgoto, lançando-o diretamente.

Você vota em candidatos que nada prometem de mudanças a respeito desta situação "terceiromundista", de país sem qualquer consciência de saúde pública e ecológica? # Por que o seu vizinho no prédio em condomínio não faz seleção do lixo doméstico dele e, ainda por cima, mistura o seu lixo já separado com o dele, sem que você tome providência alguma junto à administração do seu prédio, exigindo medidas saneadoras? # por que você joga o óleo de cozinha usado na sua pia, sendo que cada 1 litro contamina aproximadamente 20.000 litros de água? Não é fácil mudar de atitude em qualquer situação cotidiana de nossas vidas.

Por isso os líderes mundiais também têm dificuldades para esculpir metas de cumprimento geral e obrigatório para todos os cidadãos. Nos países considerados desenvolvidos, a sociedade cobra mais, participa mais. As leis não são mais "duras" do que as brasileiras, mas há eficácia quanto a exigência do cumprimento delas todas, sem procrastinação do poder público, sem corrupção acentuada. A sociedade é muito mais vigilante e cada cidadão cumpre o seu papel e cobra duramente de quem não cumpre, em nome da coletividade. As sanções de caráter monetário propiciam o cumprimento das leis, nos países desenvolvidos - pois que nem sempre a consciência individual dos cidadãos é plena, também lá. O nível de educação e o acesso à Escola são muito mais altos nos países ricos e, consequentemente, as pessoas têm mais informações acerca dos males da poluição que cada um pode causar e também evitar.

Nem por isso, contudo, os povos dito desenvolvidos melhoram as condições do planeta, uma vez que não abrem mão das facilidades e do conforto oferecidos pela moderna sociedade consumista. Estes são alguns fatores que diferenciam os estrangeiros em relação aos brasileiros, extremamente individualistas e protegidos pela impunidade - além do alto grau de ignorância que assola o país, em razão do baixo nível educacional. Necessitamos, deste modo, de um choque educacional no país. De um verdadeiro "PAC da Educação". Não há outro caminho.

Não há alternativa viável além da Educação maximizada para engajar os brasileiros ao primeiro mundo. Não haverá consciência coletiva, enquanto perdurar a ignorância acentuada em todos os rincões do Brasil, sob o beneplácito de governantes irresponsáveis. Há Prefeitos que desviam os recursos relativos à merenda escolar; outros que não recebem recursos porque não conhecem todas as armadilhas da burocracia estatal emperrada e gasta pelo tempo do Brasil-Colônia; há descaso deslavado e impune, em todas as instâncias do poder. Apesar disso tudo, a sobrevivência do Planeta exige mudanças comportamentais urgentes e você é o principal responsável por elas, independentemente de qualquer legislação, de qualquer ordenamento de caráter obrigatório. Faça a sua parte.

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